sexta-feira, 25 de setembro de 2009

domingo, 20 de setembro de 2009

Livraria Nobel em Taubaté / São Paulo / Brasil

José Gualberto Gambier Costa na livraria Nobel em Taubaté.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Publicado no http://www.arazao.com.br, Jornal de Sta. Maria (RS)

Dois textos de grande lucidez e sensibilidade conquistaram a nossa atenção. Leonardo Boff, em “Oficialmente velho”, fala dos setenta anos completados em dezembro passado. Rubem Alves, em “Quando o inverno chegar”, surpreende e provoca o leitor, quando conta da palestra que fez em São Paulo à Terceira Idade. Ao ler as duas crônicas, não resistimos à voz que nos mandava compartilhar os textos com nossos leitores que, oficial ou oficiosamente, se consideram velhos. Todos sabemos que as estações do ano não perguntam se podem ou devem chegar e quando. Elas respondem à natureza e surgem, uma após a outra. Assim acontece com os humanos em relação à infância, à adolescência, à juventude, à maturidade e à velhice!


Leonardo Boff lembra que há um lado instigante na velhice, última etapa do crescimento humano: “Nós nascemos inteiros. Mas nunca estamos prontos. Temos que completar nosso nascimento ao construir a existência, ao abrir caminhos, ao superar dificuldades e ao moldar o nosso destino. Estamos sempre em gênese. Começamos a nascer, vamos nascendo em prestações ao longo da vida até acabar de nascer. Então entramos no silêncio. E morremos.” Ao refletir sobre o sentido da vida, Boff afirma que precisaríamos de muitos anos de velhice para encontrar a palavra essencial que nos defina. Ressalta que vivemos especialmente para tentar fazer uma síntese final, integrando as sombras, realimentando os sonhos que nos sustentaram por toda uma vida, reconciliando-nos com os fracassos e buscando sabedoria. Ao final diz que ainda alimenta dois sonhos, sonhos de um jovem ancião: o primeiro é escrever um livro só para Deus, se possível com o próprio sangue; e o segundo, impossível, mas bem expresso por Herzer, menina de rua e poetisa: “Eu só queria nascer de novo para me ensinar a viver.”


Rubem Alves, por sua vez, foi provocativo com os velhos que foram escutá-lo: ”Então os senhores e as senhoras chegaram finalmente a esse glorioso momento da vida em que podem se entregar à felicidade de serem totalmente inúteis…” A resposta dos ouvintes veio em forma de indignação coletiva. Muitos participantes passaram a proclamar o que faziam para confirmar que não eram inúteis!.. Rubem Alves ressalta, então, que as respostas atendiam à ideologia da nossa sociedade que julga as pessoas como julga as lâminas de barbear, as esferográficas, os filtros de café…Uma lâmina de barbear rombuda, uma esferográfica esgotada, um filtro de café usado deixaram de ser úteis e vão para o lixo por serem inúteis. A Nona Sinfonia é absolutamente inútil, mas a vassoura, ao contrário, é muito útil. Um poema é inútil, já o papel higiênico e muito útil. O que vale mais? perguntou o conferencista. Repentinamente, os rostos indignados se abriram em sorrisos. Ocorre-nos indagar: afinal, o que somos? Poemas ou lâminas de barbear? Sinfonias ou vassouras? Por que resistimos tanto à felicidade de sermos inúteis, conquistada na velhice?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

"Memória de todas as outras"


CRÍTICA DO PROFESSOR JOSÉ CARLOS SEBE BOM MEIHY PARA O MEU LIVRO : "MEMÓRIA DE TODAS AS OUTRAS"

"Desde as primeiras linhas, senti a leitura de Garcia Márquez que, aliás, se presta como epígrafe. E o escritor colombiano mostrou-se como chão para o nosso novo ficcionista. Antecipo a expectativa recomendando com eloqüência o livro. E o faço menos pelo dever de honra e mais pelas qualidades do texto. Pelos defeitos também. Aliás, o livro vale por tudo...Enfim,estamos frente a novo nome na literatura local. Confiram. Vale a pena"Leia a crítica na íntegra no: http://www.jornalcontato.com.br/409/Jornal.html

CRÍTICA DO JORNALISTA ANTONIO BARBOSA FILHO PARA O MEU LIVRO: "MEMÓRIA DE TODAS AS OUTRAS" do Jornal Matéria Prima de Taubaté/SP"
Às vésperas do Carnaval,quando aguardava a concentração do "Bloco do Pereba", do Paulinho, tive a imensa alegria de reencontrar o velho amigo Gualberto Gambier, depois de uns vinte anos de afastamento geográfico mas constante saudade. Fomos colegas de escola no agora centenário IDESA, depois ele formou-se psicólogo e finalmente desapareceu de Taubaté. Na última vez em que nos vimos, muito rapidamente, ele me dissera que estava vivendo em Buenos Aires- e sempre que lá estive tinha a curiosidade de procurá-lo, mas nunca cheguei efetivamente a fazê-lo. No catálogo telefônico de Buenos Aires existem uns seis ou sete Gambier, e nunca me decidi a ligar temendo estar importunando algum xará que poderia até nem gostar de brasileiros...Naquela noite de reencontro, com tantas coisas para dizermos sobre este longo período de nossas vidas, ele me contou sobre o livro que estava prestes a publicar, uma espécie de autobiografia, focalizada especialmente em seus relacionamentos amorosos que tanto marcaram e até conduziram sua vida. Foram oito "casamentos", relações prolongadas e cheias de alegrias e dissabores, em diferentes lugares do Brasil e da Argentina. Confesso que fiquei com uma expectativa moderada, quase pessimista: tenho lido tanta autobiografia tola, de pessoas que acham suas vidas uma grande aventura e que, na verdade, têm mais pretensão e autocomplacência do que interesse para o leitor. Há até quem contrate escritores para escrever suas vidas, assim como antigamente contratavam-se pintores para fazer um retrato, atos de pura vaidade.Pois eu estava completamente enganado. Gambier teve a gentileza de trazer-me seu livro, com gentil dedicatória, enquanto eu estava ausente da cidade. Recebi -o somente no sábado à noite e na manhã seguinte fui "dar uma olhada", já que estava mergulhado em outra obra. Que maravilhosa surpresa! O livro de Gualberto Gambier, " Memória de todas as outras", é delicioso, extremamente bem escrito e pede para ser devorado de um só fôlego.
Como eu poderia adivinhar que meu amigo se tornaria dono de uma linguagem tão apurada, de tal controle narrativo, sem jamais perder a espontaneidade?Uma boa definição sobre o livro foi dada por Luzimar Goulart Gouvêa, que escreveu a orelha do volume ( que só fui ler depois de terminar todo o livro em cerca de uma hora de leitura agradabilíssima): "A personagem central da narrativa se alimenta do amor que pode dar e receber e vê na mulher e no amor a finalidade do homem." Ao contrário do que eu pensara inicialmente, não se trata de uma autobiografia, embora contenha elementos autobiográficos ( e que livro não os têm?) mas de uma riquíssima ficção na qual todos nos encontramos muito ou pouco retratados.Se Taubaté desse valor aos seus escritores esta obra estaria numa galeria das melhores obras já escritas por taubateanos - embora supere qualquer limitação geográfica ou bairrista. Recomendo com entusiasmo que leiam esse livro - vão guardá-lo com carinho em sua memória e seu coração, documento humano brilhante que é."